domingo, 24 de abril de 2011

A Lenda do Tsuru

A Lenda do Tsuru

Era uma vez um camponês muito pobre. Vivia em uma cabana tosca e seu único alimento eram algumas verduras que colhia de sua terra cansada

Um dia, ele encontrou uma garça machucada, com a asa destroçada. Por isso ela não podia voar e buscar alimento: isto a deixou muito fraca, à beira da morte.

O camponês teve pena da garça, cuidou de sua asinha e pacientemente colocou em seu bico algumas sementes. Sua bondade a livrou da morte e quando ela pôde voar, o camponês a soltou.

Alguns dias depois, uma mulher adorável apareceu em sua casa e pediu que lhe desse abrigo por uma noite. O camponês, por ser bom, não negaria esta caridade a qualquer pessoa, mas a beleza da mulher fez com que ele acreditasse que deixá-la dormir em sua pobre cabana era realmente uma honra. Os dois se apaixonaram e se casaram.

A noiva era delicada, atenciosa e tinha tanta disposição para o trabalho quanto era bonita, e assim eles viviam muito felizes. Mas para o camponês, que já tinha muita dificuldade em viver sozinho, ficou muito difícil cobrir as despesas que sua nova vida de casado lhe trazia.

Preocupada com esta situação, a esposa disse ao marido que produziria um tecido especial (tecer era um trabalho comum para as mulheres nessa época). Ele poderia vendê-lo para ganhar dinheiro, mas ela alertou que precisaria fazer seu trabalho em segredo, e que ninguém, nem mesmo ele, seu marido, poderia vê-la tecer.

O homem construiu uma outra pequena cabana nos fundos de sua casa e lá ela trabalhou, trancada, durante três dias. O marido só ouvia o som do tear batendo, e a curiosidade e a saudade que tinha de sua bela mulher fazia com que estes dias demorassem muito para passar.

Quando o som de tecelagem parou, ela saiu com um tecido muito bonito, de textura delicada, brilhante e com desenhos exóticos. A tecelã lhe deu o nome de “mil penas de Tsuru”.

Ele levou o tecido para a cidade. Os comerciantes ficaram surpreendidos e lutaram entre si para consegui-lo. O vendedor pagou com muitas moedas de ouro por ele. O pobre homem não podia acreditar que tão de repente a sorte começasse a lhe sorrir.

Desde então, a esposa passou a trabalhar no valioso tecido outras vezes. O casal podia, com o fruto da venda, viver em conforto. A mulher, porém, tornava-se dia após dia mais magra.

Um dia, ela disse que não poderia tecer por um bom tempo. Ela estava muito cansada. Seus ossos lhe doíam e a fraqueza quase a impedia de ficar em pé.

O camponês a amava muito e acreditava naquilo que ela dizia, porém tinha experimentado a cobiça e, como havia contraído algumas dívidas na cidade, pediu para que ela tecesse somente por mais uma vez. No princípio ela não aceitou, mas perante a insistência do marido, cedeu e começou a tecer novamente.

Desta vez ela não saiu no terceiro dia, como era de costume. E o homem ficou preocupado. Mais três dias se passaram sem que ela aparecesse. E isso começou a deixar o marido desesperado.

No sétimo dia, sem saber mais o que fazer, ele quebrou sua promessa, espiando o serviço de tecelagem que ela fazia.

Para a sua surpresa, não era sua mulher que estava tecendo. Arqueada sobre o tear encontrava-se uma garça, muito parecida com aquela que o camponês havia curado.

O homem mal pôde dormir à noite, pensando o que teria acontecido com a mulher que amava. Amaldiçoava-se por ter sido insaciável e praticamente ter obrigado a sua querida esposa a tecer mais uma vez.

Na manhã seguinte, a porta da cabaninha se abriu e o camponês com o coração aos saltos fixou seus olhos na porta, esperançoso em ver sua esposa sair dela com vida.

A mulher saiu da cabana com profundas olheiras, trazendo o último tecido nas mãos trêmulas. Entregou-o para o marido e disse: _Agora preciso voltar, você viu minha verdadeira forma, assim eu não posso ficar mais com você!

Então, ela se transformou em uma garça e voou, deixando o camponês em lágrimas.
Dobradura do Tsuru

(calcule o tempo durante a história para cada dobradura, para que no final dê certo)



(Malba Tahan)
Extraído do Blog Criando e aprendendo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Leia o texto com atenção:
                “Você já reparou como quase todos os cientistas são assim distraídos? Mas isso se explica; é que os cientistas, especialmente aqueles que têm espírito criador, estão sempre fazendo uma destas duas coisas: ou observando certos fenômenos em que ninguém presta atenção, ou então meditando, tirando deduções, analisando mentalmente o que observaram, em busca de uma explicação científica para o problema que tentam resolver. Sendo assim, é natural que a pessoa fique meio “desligada” da realidade, não é mesmo? Quem está tentando achar, por exemplo, a fórmula que permita ao homem atingir os planetas mais longínquos em menor espaço de tempo, é claro que tem de ficar com a cabeça nas nuvens.
                Um caso famoso de cientista distraído foi Albert Einstein. O célebre criador da teoria da relatividade esquecia-se frequentemente até de almoçar. Dizem que uma vez, Einstein caminhava pela universidade americana onde lecionava, quando deparou com dois dos seus alunos de Física. Ficaram batendo papo, até que o professor perguntou:
                - Por favor, quando nós nos encontramos eu vinha de lá ou de cá?
                Os alunos, meio espantados com a pergunta, informaram:
                - Vinha de lá.
                Ao que Albert Einstein respondeu:
                - Ah! Eu vinha do lado do restaurante! Então quer dizer que já almocei. Muito obrigado. Até logo!
                E lá se foi Einstein, de novo mergulhado nos seus teoremas de ‘fundir a cuca’...”
(Walt Disney, Biblioteca do escoteiro mirim, Ed. Nova Cultural, São Paulo, 1985, p. 44 e 45)

ATIVIDADE 1
1-      O texto fala sobre Albert Einstein. Faça uma pesquisa e responda:
a-      Quem foi Albert Einstein?
b-     Qual a grande contribuição dele para a ciência?
c-      Por que o texto diz que ele era distraído?

2-      “...os cientistas, especialmente aqueles que têm espírito criador, estão sempre fazendo uma destas duas coisas...”
a-      Resumidamente, quais são estas duas coisas que os cientistas costumam fazer?
b-     Você acha que as explicações do texto justificam as distrações dos cientistas?

3-      “... mergulhado nos seus teoremas de fundir a cuca’...” Explique o trecho destacado.
4-      No diálogo entre o cientistas e alunos, há um trecho que indica a distração do cientista. Qual seria este trecho?
5-      “Você já reparou como quase todos os cientistas são assim, distraídos?” O termo destacado apresenta o mesmo sentido em qual frase a seguir?
a-      Ele reparou os erros que havia cometido.
b-     Não reparou que na calçada havia um enorme buraco.
c-      O pedreiro reparou o muro que foi construído pelas chuvas.

ATIVIDADE 2
Para resolver estes exercícios, você deve consultar a tabela de verbos.
Observe as frases tiradas do texto:
a-      “Você já reparou como quase todos os cientistas são assim, distraídos?”
b-     “Os alunos, meio espantados com a pergunta, informaram...”
c-      “... é que os cientistas estão sempre fazendo uma destas duas coisas...”
1- Identifique a pessoa, número, tempo e modo de cada verbo destacado, como mostra o exemplo abaixo:
Ex.: “...Einstein caminhava pela universidade (...) quando deparou com dois de seus alunos de Física.
Pessoa: ele (Einstein)
Número: singular
Tempo: pretérito perfeito
Modo: indicativo
2- Relacione as colunas, identificando tempo e modo verbal :
a)      Tem (   )                                                                           I) futuro do presente
b)     Mudarei (   )                                                                     II) presente do indicativo
c)      Casarmos (   )                                                                   III) futuro do subjuntivo
3-                  Conjugue os verbos no tempo que se pede:
a-      Falar (futuro do presente do indicativo)
b-     Cantar (pretérito mais-que-perfeito do indicativo)
c-      Comer (futuro do subjuntivo)
d-     Repartir ( mais-que-perfeito do indicativo)
e-     Beber (futuro do pretérito do indicativo)


TEXTO: A VELHA CONTRABANDISTA - EXERCÍCIOS

TEXTO: A VELHA CONTRABANDISTA


Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
(Stanislaw Ponte Preta)

Interpretação do texto

1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?
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2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?
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3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda:
Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?
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4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.
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5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
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6) Qual é a grande surpresa da história?
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7) Numere corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos.
( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.
( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.

O mergulho no desconhecido

          Que alegria quando nos indentificamos com algum personagem, e como isso nos ajuda a entender melhor o sentido de nossas vivências. Sem falar de como é gostoso entrar no mundo do faz-de-conta, imaginar, fantasiar.
         Além de proporcionar entretenimento, nos divertindo com histórias engraçadas, emocionantes ou cheias de aventuras, os livros nos levam a mergulhar no desconhecido, viajar em outros tempos e espaços, adquirir um ifinidade de elementos de comparação e viver experiências diferentes, ampliando a dimensão da nossa vida e aprendendo a formular um pensamento crítico próprio e inventivo. (Ana Maria Machado)